Um poderoso fardo de oração por avivamento

Crédito da imagem: Heberth Ventura

Charles Finney deixa claro em sua autobiografia que não há possibilidade de um avivamento ocorrer em um lugar sem que lá haja crentes com um fardo de oração pelos perdidos. Ele próprio foi um poderoso intercessor. Finney, porém, chama a atenção do leitor em várias ocasiões de sua autobiografia para um certo Sr. Abel Clary. Eis o que ele diz sobre esse crente:

“... O peso que sentia na alma era no geral tão grande que não podia ficar de pé, e estremecia, gemendo como se estivesse em agonia... Clary era um homem calado, como quase sempre todos os que possuem esse poderoso espírito de oração”

Finney conta que um ministro falou a ele sobre Abel Clary:

“Ele ora quase o tempo todo, dia e noite, e em tal agonia de mente que não sei o que pensar. Algumas vezes não pode sequer ajoelhar-se, mas fica deitado no chão, e geme e ora de um modo que chega até a me assustar.”

Finney dizia que ele tinha um poderoso espírito de oração prevalente. O seu rosto era solene. A sua aparência “era como a de alguém que estivesse sendo esmagado pela agonia da oração”.

Ao vê-lo orando certa vez, Finney disse:

“Compreendi que aquela era a voz de Deus. Vi que o espírito de oração estava sobre ele, e senti sua influência sobre mim, e tive como certo que o trabalho prosseguiria poderosamente. Foi o que aconteceu.”

O “espírito de oração” é a disposição no homem para a oração. Essa disposição resulta da operação do Espírito de Deus em nós. Através do “espírito de oração”, a nossa mente fica fixa em um avivamento. Dormimos e acordamos com esse assunto na cabeça. Nós sonhamos com a conversão de almas e sentimos um fardo por sua salvação que não diminui a não ser na medida em que pessoas forem se convertendo a Cristo.

Quem tem o espírito de oração fica quebrantado, busca o Senhor com profundidade e derrama a sua alma diante do altar de Deus.

O espírito de oração é condição do avivamento, mas, ao mesmo tempo, é o seu início.

A disposição da juventude “evangélica” atual para cantar e ir para shows mostra quão distante ela está de um avivamento. Um avivamento não virá em um culto “descontraído” de louvor, mas em uma reunião agonizante de oração.

Os símbolos do Espírito Santo são o vinho e o azeite. Não há vinho sem o esmagar das uvas e não há azeite sem o esmagar das azeitonas. Só há avivamento na prensa, na pressão, na tensão. Não há ressurreição sem cruz, não há domingo sem paixão.

Charles Finney disse:

“O que é que constitui um espírito de oração? São muitas orações e palavras ferventes? Não! A oração é um estado do coração. O espírito de oração é um estado de desejo e ânsia pela salvação dos pecadores. É algo que pesa sobre a própria pessoa; uma idéia fixa na mente: ‘Oh, Senhor, aviva tua obra’. Isto é propriamente ‘orar sem cessar’; exatamente o que sentia Paulo quando disse: ‘Meus filhinhos, por quem sofro as dores do parto’”

Aviva em nós, Senhor, o espírito de oração!

Pastor Glauco Barreira M. Filho (20.10.2009)