“E darei poder as minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil, duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra... Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Apocalipse 11: 3-6).
A Bíblia fala que, durante a grande tribulação, essas duas testemunhas pregarão em Jerusalém, onde serão mortas e seus corpos ficarão expostos (Apoc. 11:8). Segundo a Bíblia, elas são profetas. Pela menção a elas como “as duas oliveiras” e os “dois castiçais”, inferimos que são personagens conhecidos do Velho Testamento (Zacarias 4: 2-3, 11-14).
O texto diz que essas duas testemunhas têm poder de fechar o céu, para que não chova, e poder para converter água em sangue e ferir a terra com pragas. No entanto, não está dito que elas farão essas coisas. Disso, nós podemos concluir que o objetivo da descrição é apenas o de identificar as duas testemunhas.
Todos sabemos que a descrição dada é a de Elias e Moisés. A Bíblia não precisaria mais dizer os seus nomes, como Jesus não precisaria mais dizer seu nome depois de ter dito a João: “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre...” (Apocalipse 1: 17-18). É do estilo literário da profecia a alusão indireta aos personagens, a substituição do nome pela descrição.
O Velho Testamento já anunciava uma vinda futura de Elias dentro de um contexto escatológico, mencionando-a logo após uma alusão a Moisés:
“Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a qual são os estatutos e juízos. Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” (Malaquias 3: 4-5).
Moisés é o representante da lei e Elias e dos profetas. A lei e os profetas são testemunhas para Israel.
Para o fim de ser testemunha no futuro, Elias subiu vivo aos céus (II Reis 2: 11). Após a morte de Moisés, comprovada por seu sepultamento, o seu corpo foi também levado ao céu (Judas 9).
Moisés e Elias como representantes da Lei e dos Profetas apareceram a Jesus no monte da transfiguração para lhe falar sobre sua morte (marco de um Novo Testamento) em Jerusalém, isto é, no lugar em que profetizarão as duas testemunhas (Mateus 17:3, Lucas 9: 30). O evento foi tão importante que está registrado em todos evangelhos sinóticos e em uma epístola de Pedro.
Acerca das duas testemunhas, a ENCICLOPÉDIA POPULAR DE PROFECIA BÍBLICA (Tim Lahaye/ Ed Hindson), publicada pela CPAD, diz:
"Talvez a solução mais simples seja interpretar que se trate de Moisés e Elias. Ambos REAPARECERAM na transfiguração de Jesus... Alguns intérpretes, no entanto, fazem objeção a esta hipótese de Moisés e Elias... porque Moisés realmente morreu, e morrer uma segunda vez (Ap. 11:7) é algo problemático... A respeito de Moisés, duas mortes para um indivíduo é algo extraordinário, mas não se trata de algo sem precedente, pois Lázaro teve a mesma experiência" (p. 156)
Pastor Glauco Barreira M. Filho (12.11.2010)
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