Crédito da imagem: Heberth Ventura
Ultimamente, nos EUA, tem havido um grande crescimento do calvinismo. Essa doutrina tem crescido particularmente entre os batistas do sul, fazendo com que muitos abandonem o pré-milenismo. Embora haja “calvinistas” que são pré-milenistas, os calvinistas ortodoxos o repudiam.
Entre os batistas têm prevalecido a crença na expiação universal e a recusa do conceito determinista de eleição, embora os batistas sempre tenham sustentado a perseverança dos santos. Os batistas também ficaram conhecidos pela defesa do fundamentalismo, o que inclui a escatologia pré-milenista e pré-tribulacionista.
Os novos “batistas calvinistas” insistem na eleição incondicional e na predestinação absoluta. Para serem plenamente coerentes com o calvinismo, eles recusam o ensino pré-milenista, advogando o pós-milenismo.
Os batistas fundamentalistas (não calvinistas em regra) acreditam que o mundo jaz no maligno e que a igreja deve afastar-se da política partidária para aguardar a vinda iminente de Jesus. Isso, porém, não significa que a igreja não tenha um papel profético na condenação da corrupção na política e das injustiças nas relações sociais. Já os calvinistas, sendo pós-milenistas, acreditam que a igreja deve curar as instituições do mundo através da teonomia (implantação das estruturas do antigo Israel nas nações contemporâneas).
Para o pré-milenismo, somente Jesus, mediante sua vinda e seu reino milenar, poderá implantar estruturas corretas no mundo. Apesar disso, os pré-milenistas crêem em melhorias temporárias como resultado de um avivamento e da fidelidade vocacional dos crentes. Para o pós-milenismo, porém, Jesus somente virá depois que a igreja corrigir as instituições seculares mediante sua influência no mundo.
É interessante observar que a doutrina pré-milenista está muito mais de acordo com a crença da Reforma na depravação total do ser humano que o otimismo do pós-milenismo.
Os pré-milenistas interpretam os textos proféticos da forma mais literal possível (respeitando os símbolos inequívocos), enquanto o pós-milenismo alegoriza tudo. Desse modo, o pré-milenismo realiza melhor o projeto da Reforma de preferir a interpretação literal à interpretação alegórica (prestigiada pelos católicos) que o pós-milenismo.
Os calvinistas modificam o sentido simples das palavras. Fazem malabarismos hermenêuticos para dizerem que os “todos” por quem Jesus morreu são só os eleitos. Distinguem inúmeras espécies de vontade de Deus, criando sutilezas teológicas, só para mostrar que os versículos que dizem que Deus quer a salvação de todos não significa realmente isso. A Reforma ensinou a clareza das Escrituras, mas o calvinismo não a sustenta coerentemente.
Para terminar, ficamos aqui a lamentar que ainda não tenha sido publicado em português o livro do fundamentalista DAVE HUNT (What Love is This?) contra o calvinismo e o pós-milenismo.
Pr. Glauco Barreira M. Filho (18.05.2010)
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