Segundo os escritos católicos, os sacramentos são um conjunto de ritos instituídos por Cristo e confiados à Igreja, com a finalidade de aperfeiçoamento e santificação pessoal dos fiéis, atingindo todas as etapas e momentos da vida cristã. De acordo com o livro “Segundo Catecismo” (Editora Vozes, 1982, pg. 63), há sete sacramentos ao todo, que se dividem em três grupos:
1. Sacramentos de iniciação cristã: O Batismo, Comunhão (ou Eucaristia) e Confirmação (ou Crisma);
2. Sacramentos de cura: Penitência e Extrema-unção de enfermos;
3. Sacramentos do serviço: Ordem e Matrimônio.
Além de necessários para o aperfeiçoamento e santificação pessoal, segundo a doutrina Católica, há sacramentos que são para a salvação da alma, como podemos ver abaixo:
“O efeito principal dos sacramentos é a graça que Deus nos comunica por meio dos sacramentos” (Terceiro Catecismo, Editora Vozes, Pg. 100).
“São necessários para a salvação, o Batismo e a Penitência." (Terceiro Catecismo, Editora Vozes, Pg 101).
E para a manutenção da comunhão com Deus e a igreja:
“Os sacramentos revelam em nós a comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo e pela ação do Espírito Santo, bem como nossa relação íntima com a Igreja por meio da doutrina dos apóstolos.” (CONDE, L. G. Conheça os sete sacramentos e suas particularidades.)
Diante do exposto, não resta dúvidas de que para a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), tanto a salvação quanto a santificação e a comunhão com Deus dependem diretamente da prática dos seus sacramentos e que, portanto, fora do seu reduto não há como ser salvo.
O que diz a bíblia?
Diferentemente do que a ICAR defende, a salvação não é adquirida mediante esforço pessoal de obras que possamos fazer através da prática de sacramentos, mas nos é outorgada gratuitamente por intermédio da fé vivificante no filho de Deus:
“..sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” (Rm 3:24)
“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2:8,9)
“E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça.” (Rm 11:6)
A fé é o motor propulsor que nos leva da morte espiritual a vida eterna em segundos, fazendo-nos contemplar a maravilhosa graça e desfrutar de uma consciência sã peculiar aos verdadeiros filhos de Deus. Quando nos convertemos, somos libertados das amarras do pecado que tanto nos aprisionava e passamos a caminhar em santificação, progressivamente, para mais perto de Deus, na semelhança de Jesus (I Pe 1:15), a cada dia.
Para Lloyd-Jones (1963) a Igreja Católica se coloca entre o homem e o Senhor Jesus Cristo quando afirma ser ela indispensável para a salvação, pois diz: “Fora da Igreja não há salvação”. Já a bíblia nos mostra que somente em Jesus somos feitos novas criaturas (II Co 5:17), e que estamos tão mergulhados em Cristo que não vivemos mais para nós mesmos e sim Cristo vive em nós (Gl 2:20).
Antonio Welderlan da Silva Sales
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