Crédito da imagem: Heberth Ventura
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” (I Cor. 10: 31)
O crente deve viver para a glória de Deus, não apenas no sentido de realizar atividades tipicamente religiosas, mas no sentido de referenciar tudo, até mesmo as atividades mais cotidianas, para a glória de Deus. Nesse sentido, os servos devem servir bem a seus senhores como se a Cristo estivessem servindo, assim como os senhores devem tratar bem seus servos, lembrando que Deus é Senhor também deles (Colossenses 3: 22-25; 4: 1).
“E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens.” (Col. 3: 23)
O jovem crente tem o dever de ser um bom aluno na escola, pois, de outra maneira, não estará glorificando a Deus. Deus não irá confiar coisas grandes a quem não é fiel no pouco (coisas humanas):
“...Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei.” (Mateus 25: 21)
A inteligência é uma faculdade que nos foi dada por Deus. Se não a desenvolvermos nas oportunidades que a vida nos der, estaremos sendo ingratos. Não devemos esconder o talento, mas multiplica-lo (Mateus 25: 24-28).
Talvez alguns aleguem que muitos se afastaram da fé através de muito estudo. Isso é verdade, mas não foram os estudos que as distanciou de Deus, mas o fato de não o orientarem para a glória de Deus. Também caíram pela falta de vigilância sobre seus próprios corações, pois permitiram que a “ciência” os levasse para a arrogância, colocando-os “acima” do bem e do mal. A verdadeira sabedoria (administração do conhecimento), porém, nos aproxima de Deus. Francis Bacon dizia que “pouco conhecimento nos afasta de Deus, mas muito conhecimento nos aproxima dEle”.
É verdade que muitos não tem oportunidade de estudar, pois a dificuldade financeira os leva a trabalhar muito cedo. Esses, entretanto, também têm a obrigação de serem bons profissionais naquilo que fazem. Não há só o saber teórico, há também saber técnico e saber prático. Todos nós somos responsáveis pelo conhecimento a que tivemos acesso.
Paulo era alguém muito estudioso. Conhecia os poetas gregos (Atos 17: 28), discutia com filósofos (Atos 17: 18; Atos 19: 9, 10), com os judeus e com outros religiosos (Atos 17: 17). Paulo falava aramaico (língua dos judeus da época), grego (língua em que escreveu as epístolas) e hebraico (língua histórica – Atos 22: 2). Em suas epístolas, vemos conhecimento em diversas áreas. Aos romanos (povo do Direito), escreveu usando termos e lógica forense. Aos efésios, escreveu em linguagem filosófica. Suas cartas evidenciam conhecimentos de guerra, armaduras, etc. Ao viajar de navio, mostrou saber mais de navegação que o piloto do navio (Atos 27: 9- 19). Festo, ao ouvir o discurso de Paulo, percebendo sua cultura, disse: “As muitas letras te fazem delirar!” (Atos 26: 24). Paulo lia tanto os pergaminhos (Bíblia), como outros livros, embora a Escritura fosse sua autoridade final (II Timóteo 4: 13).
Daniel (que enfrentou a cova dos leões) e seus três amigos (que enfrentaram a fornalha de fogo) eram instruídos em toda ciência e sabedoria (Daniel 1: 4-6).
Os jovens crentes devem ser modelos de dedicação e disciplina. Os crentes que tiram notas baixas na escola perdem a autoridade para pregar. Os outros associam sua fé à ignorância. O que é estudioso, todavia, é objeto de admiração e respeito, e sua palavra é bem ouvida. Isso, todavia, não justifica crentes faltarem cultos para estudar ou profanarem o dia do Senhor (dedicando-o aos estudos e não ao serviço tipicamente evangélico). O que precisa ser sacrificado para o estudo não é o nosso tempo para a igreja, mas o tempo que perdemos com conversas improdutivas e divertimentos em demasia.
É hora dos jovens decidirem se querem servir a Deus ou não!
Pr. Glauco Barreira M. Filho (26.11.2008)
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