Crédito da imagem: Heberth Ventura
A descida do Espirito Santo no dia de Pentecoste registrada em Atos 2 desencadeou e propiciou para a igreja primitiva não apenas grande alegria e gozo, mas também oposição aos cristãos. A natureza daquele evento extraordinário ainda hoje é debatida e estudada por muitos especialistas em pneumatologia e renovação carismática, de tão impactante e necessário para os primeiros cristãos, a partir dos quais o mundo antigo seria abalado pela mensagem do evangelho.
Por ocasião da promessa de Jesus Cristo que disse que derramaria o seu Espírito sobre os seus discípulos (Lucas 24.49), eles então ficaram aguardando esta promessa. Interessante notar que o tempo que os discípulos passaram em oração, eles choravam e confessavam, adoravam e clamavam à Deus. Esperavam ativamente e passivamente em oração conjunta, ao todo 120 pessoas (v.15).
Até que de repente, todos que estavam reunidos no cenáculo foram batizados com o Espírito Santo (Atos 2.4). Uma multidão de discípulos em um só lugar falando em outras línguas e magnificando a Deus. Em um momento estavam atemorizados, trancados no cenáculo e tristes pela morte do Senhor, mas agora cheios de gratidão e de coragem. Revestidos do Espírito Santo de Deus e de poder para testemunhar. Deus havia derramado ali, em Jerusalém, e agora capacitado o seu povo com poder para testemunharem do seu Filho ressurreto.
Mesmo sendo testemunhas oculares dos fatos que se deram entre eles, necessitavam de uma capacitação poderosa, que não se obtém em sala de aula, e nem em horas de estudos, mas através de uma busca quebrantada e perseverante. Essa capacitação não vinha dos próprios discípulos, eles precisavam do poder de Deus para levar adiante a obra de evangelização do mundo. Esse poder era essencial para moldarem o mundo e enfrentarem o grande Império Romano com seus tentáculos de dominação, contra a sociedade pagã e contra o Judaísmo daquela época.
O historiador Lucas segue então os seus relatos do que sucedeu a igreja após a descida do Espírito Santo. Por ocasião da festa de Pentecoste, em Jerusalém, havia gente de vários lugares (judeus, partos, medos, elamitas, Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia, Panfília, Egito, Líbia, Cirene, Cretenses, Árabes e forasteiros romanos). O cenário ideal para a propagação do evangelho de Cristo às nações. Pedro então começa a pregar ousadamente um sermão poderoso e cheio de unção, que resulta na conversão de quase três mil almas ganhas para Cristo. (Atos dos Apóstolos, capítulo 2)
No capítulo 3 acontece um grande milagre de um homem coxo, que devido a natureza da cura que recebeu ter sido tão impactante, causou grande alvoroço e assombro. Desta vez Pedro e João (o discípulo amado) levantaram a voz e pregaram para a multidão que estava reunida no templo de Salomão para a hora da oração. Nessa ocasião muitos creram na Palavra, chegando ao número de quase cinco mil almas. Uma grande colheita!
O capítulo 4 é subsequente aos acontecimentos narrados por Lucas no capítulo anterior, pois por causa do milagre do homem coxo e do alvoroço que sucedeu, os dois apóstolos foram presos e interrogados perante Anás, o sumo sacerdote e outras autoridades religiosas. Porém Pedro, mais uma vez ergue a voz, estando cheio do Espírito Santo e prega com toda a autoridade. Pedro afirma que aquele homem, que era coxo, foi curado em nome de Jesus Cristo, a quem eles tinham crucificado e matado. Porém Deus o havia ressuscitado dentre os mortos. O apóstolo Pedro afirma a exclusividade da salvação somente por Jesus Cristo: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (versículo 12) Essa mensagem ousada e cheia de fervor deixaram os homens maravilhados e não puderam contestar a veracidade dos fatos que ocorreram diante de seus olhos. Mas não satisfeitos com as evidências do poder de Deus, os sacerdotes quiseram calar os apóstolos de Cristo e os ameaçaram categoricamente de que não falassem e nem ensinassem a ninguém sobre Jesus.
Unânimes, os dois discípulos responderam “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus. Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (Atos 4.19-20). Glória a Deus! O coração dos discípulos estava transbordando de amor por Cristo e tudo o que eles viram e ouviram da parte do Mestre, eles queriam anunciar pois o fogo do Espírito estava ardendo em suas vidas. O tempo de ficar calado já passou, Deus os revestiram para proclamar que Cristo é o Salvador.
Depois que Pedro e João foram soltos, eles foram direto para se juntarem com seus irmãos e contaram o que havia acontecido com eles. O relato causou um impacto em todos ali reunidos e logo se puseram a orar juntos à Deus, uma oração fervorosa, uma oração impactante, uma oração que abriu novamente o céu, uma oração com poder e ousadia. Invocaram a Deus como Criador e Governante de todo o universo, o Sábio, o Soberano que dantes já sabia e havia preparado tudo. Nada está fora do seu alcance. Deus é o Deus da História, Ele está acima de tudo, que havia profetizado por meio de Davi que os homens se levantariam contra o seu Ungido (Salmos 2.1-2) E que enviaria o seu Filho no tempo determinado pela sua presciência e que seria rejeitado por muitos e que o matariam.
Aquela igreja orou ao Deus Soberano para que, diante dos acontecimentos recentes e pela ameaça dos sacerdotes, o Senhor operasse. Que não ficasse alheio diante do que eles estavam sofrendo, mesmo sabendo que por causa das palavras de Jesus, eles seriam perseguidos. Mas essa é a atitude certa da igreja, que diante de toda ameaça e perseguição a sua existência, se colocam em atitude de oração comunitária, todos juntos orando pela mesma causa. Eles oraram e disseram: AGORA.
A igreja do Senhor precisa clamar a Deus para que Ele opere HOJE, AGORA. Não ontem e nem amanhã, mas AGORA. Pois o A-G-O-R-A, isto é, o nosso tempo presente é mais desafiador e confrontador da nossa fé. O que quer que enfrentamos a cada dia, seja um problema de saúde, seja um problema existencial, quer seja um governo de pessoas tiranas e ímpias (como as que estão no poder atual, e minha oração é para que Deus elimine a praga do esquerdismo e enterre de vez o comunismo) exige que oremos à Deus por uma intervenção especial. Isso faz com que minha fé seja provada. Longe de tentar exigir e colocar Deus na parede para realizar os meus caprichos, como se fosse o “gênio da lâmpada”, pois pela palavra do Senhor aprendemos também a ser pacientes e esperar no Senhor (Salmos 40). Mas o exemplo dos cristãos do primeiro século me leva também a crer no Deus que opera no presente.
“Agora, Senhor, olha para as ameaças”. Quais seriam elas? Os cristãos precisam identificar, serem sábios e vigilantes quanto às ameaças que o povo de Deus padece nesse mundo. O cristianismo na história passou por diversas ameaças e perseguições, mas sempre os cristãos encontraram forças em oração, pois Deus é um alto refúgio para os perseguidos e oprimidos. Hoje a igreja tem sido ameaçada e atacada mediante leis abusivas, inconstitucionais e malignas, através da Corte Suprema e demais poderes estabelecidos. O cristianismo sofre ataques nas universidades, nos meios de comunicação, uma perseguição às vezes sutil, mas generalizada. Podemos perceber uma mentalidade anticristã no mundo em todos os meios da sociedade. O inimigo avança e usa todo o aparato do Estado para perseguir os cristãos e pessoas de bem que ainda acreditam e lutam por liberdade para que o nosso país não caia numa terrível ditadura comunista e satânica. Exemplo bem recente de pessoas que foram presas injustamente no dia 08 de janeiro desse ano.
Como os cristãos no passado oraram ao Senhor diante das ameaças e perseguições, assim também é o nosso dever clamarmos unidos em um só proposito, em uma só fé a Deus. E Ele ouvirá, e dará ousadia ao seu povo, e curará esta nação.
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. AGORA estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar”. (II Crônicas 7.14)
Ivanildo Mendes
Esplêndido conteúdo.
Muito bom, glória a Deus!
Texto excelente!