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Foto do escritorPastor Glauco Barreira M. Filho

O valor da unanimidade



As pessoas de hoje seguem um recente ditado que diz que a “a unanimidade é burra”. Tal expressão reflete o profundo desequilíbrio psicológico da nossa geração. Aliás, o número de jovens com problemas emocionais e de adultos com depressão é impressionante. No meio do formigueiro humano de um mundo globalizado, as pessoas se sentem minúsculas e indefesas. Não são notadas, perdem a identidade. Alguns, no desejo de compensar a falta de qualidade com a quantidade, assumem múltiplas identidades virtuais na internet, a fim de verem se alguma delas não lhes dará notoriedade.


O complexo de inferioridade e a sede de identidade própria levam as pessoas a discordarem por discordar. Jovens assumem uma postura rebelde, adotando costumes exóticos. Velhos resolvem se divorciar depois de um casamento de muitos anos. Pessoas estão mudando a opção sexual repentinamente. Dentro dessa conjuntura, concordar com o outro ou com um grupo, ainda que isso pareça razoável, ficou fora de moda. Mesmo que não tenha como refutar os argumentos de alguém, devo discordar dele (de acordo com o mundo), ou, pelo menos, fazer uma ressalva (“concordo, mas...”). Se assim não for, sou tido como alguém sem identidade. Na verdade, falta identidade àqueles que precisam criar essas formas despropositadas de auto-afirmação.


Confesso que tenho prazer em concordar. Evito até desavenças com os outros por palavras se as suas idéias forem iguais as minhas. Sinto uma grande satisfação quando descubro que outros pensam como eu, principalmente, quando são pessoas idôneas. Isso prova que o meu raciocínio não é descabido.


Em matéria religiosa, toda novidade deve ser objeto de desconfiança, pois “não devemos remover os marcos antigos”. Quando a questão é a fé, mais importante do que o consenso sincrônico (dos que são de nossa época), é o consenso diacrônico (a presença de uma comunhão de idéias ininterrupta ao longo da história).


A igreja primitiva era unânime, mas não era “burra”:



“E era um só coração e uma só alma...” (atos 4:32)



Paulo disse:



“Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa” (Filipenses 2: 2)



“Sede unânimes entre vós” (Romanos 12: 16)



“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo que digais todos uma mesma coisa..”(I Cor. 1: 10)



Aos Gálatas, que misturaram o cristianismo com práticas judaicas, Paulo disse que estavam pregando outro evangelho (Gálatas 1: 6). Com os judaizantes, ele teve grande contenda (Atos 15: 1 e 2). Ele disse que os que interpretavam mitologicamente a ressurreição de Cristo em Corinto estavam pregando um outro Cristo (II Cor. 11: 4). João disse que os que negavam a encarnação de Cristo (ou seja, os gnósticos) eram do anticristo (I João 4: 3).


A igreja deve ser una. O pluralismo cultural no mundo é um fato, mas não um valor. A liberdade de expressão é um valor, pois não há fé imposta, mas a obstinação é um vício. A igreja não deve seguir o mundo nas suas manias, mas a Cristo em sua verdade!!





Pastor Glauco Barreira M. Filho (22.11.2008)

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