Batismo realizado pela Assembleia de Deus em Criciúma, SC (1947)
“E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós.” (I Tessalonicenses 5: 12-13).
Como anabatistas, nós acreditamos no governo congregacional. A Bíblia, porém, diz em inúmeros versículos que os pastores têm a função de governo (I Timóteo 5: 17; I Tessalonicenses 5: 12 e 13; Romanos 12: 8) e que a igreja deve se submeter aos pastores (Hebreus 13: 17), enquanto não diz em momento algum que a igreja governa. Como conciliamos as duas coisas?
O único modo de conciliar a afirmação bíblica do governo dos pastores com a afirmação anabatista do governo congregacional é admitindo que a congregação não está totalmente excluída do governo, ou seja, em certas esferas de assuntos, os pastores governam com o consentimento da igreja.
Estabelecer a doutrina oficial da igreja é um assunto inteiramente pastoral (I Timóteo 4: 6; I Timóteo 4: 16; I Timóteo 5: 17; II Timóteo 4: 1-5). Quando houve controvérsias doutrinárias na igreja primitiva, elas foram resolvidas pelos pastores (Atos 15: 1, 2, 6).
Os pastores devem pôr ordem doutrinária na igreja (Tito 1: 5). Devem ordenar a exclusão daqueles que não crêem na sã doutrina e se mantém obstinadamente nessa posição, conforme fez o apóstolo Paulo (Romanos 16: 17). Sobre isso, disse Paulo a Tito, um ministro do evangelho:
“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, EVITA-O, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado.” (Tito 3: 10, 11).
Com respeito à disciplina, ela é congregacional, pois, embora sejam os pastores que a determinam (I Cor. 5: 3), é a igreja que a aplica (I Cor. 5: 4 e 5). A Bíblia deixa claro que os pastores devem tanto determinar a disciplina (I Timóteo 1: 20) como ordenar a igreja que a aplique (II Tessalonicenses 3: 14, 15).
Em relação ao dinheiro que era arrecadado na igreja primitiva, vemos que Paulo orientava a comunidade cristã para ofertar em assuntos específicos (Romanos 16: 1 e 2). Quando a destinação era definida, cada um consentia com ela ao decidir entregar a oferta. Como é muito comum ofertas sem destinação específica, a igreja, nesse caso, deve aprovar a destinação pelo voto e consentimento. Também os administradores das ofertas devem ser escolhidos por voto e consentimento:
“E, quando tiver chegado, mandarei os que, POR CARTAS, APROVARDES, para levar a vossa dádiva a Jerusalém” (I Cor. 16: 3)
Para a realização de assuntos administrativos específicos relacionados a questões materiais, os pastores devem orientar a solução e a igreja deve escolher os que vão executá-la (Atos 6: 1-6) ou aprovar os que os pastores indicarem (se assim resolverem eles fazer).
Na escolha dos novos pastores, os pastores já ordenados devem escolher os novos (Tito 1: 5) e levá-los a aprovação da igreja (Atos 14: 23).
Esse é o esquema bíblico de governo da igreja. É por esse caminho que podemos falar em governo do presbitério e governo congregacional!
Pastor Glauco Barreira M. Filho (05.02.2009)
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