“... E, de TUDO quanto me deres, CERTAMENTE te darei o DÍZIMO” (Gênesis 28: 22)
Jacó disse as palavras acima em uma oração que fez a Deus quando fugia solitário de Esaú, o seu irmão. É interessante que, nessa época, ainda não existia a nação de Israel. Moisés só nasceria depois de várias gerações. Não havia a lei escrita em tábuas de pedras nem o livro da lei. Jacó, porém, sentiu um impulso moral e espiritual para reconhecer o sustento de Deus em sua vida através do dízimo. Isso prova que o dízimo vigorava antes da lei, com a lei e depois dela. Trata-se de algo inscrito da consciência do adorador, de algo que a sensibilidade espiritual reconhece.
Jacó não disse que daria o dízimo, mas que CERTAMENTE daria o dízimo. Isso significa que ele estava assegurando a Deus que, PELO MENOS o dízimo, ele daria.
A nossa consciência não estabelece a obrigação matemática de dar o dízimo, mas parece dizer que não podemos mostrar zelo na adoração dando menos do que o dízimo. A lei de Moisés estabeleceu o dízimo a partir do que se inferiu da história dos patriarcas. Os patriarcas não deram o dízimo por causa da lei, mas a lei foi uma explicitação daquilo que a consciência dos patriarcas revelou.
No caso de Jacó, podemos distinguir o dízimo e a oferta. O dízimo é o MÍNIMO que se consagra num ato de adoração, enquanto a oferta visa ao atendimento de necessidades específicas da obra de Deus.
Notemos que Jacó disse que de TUDO que lhe viesse à mão certamente ele daria o dízimo. Antes de Jacó, Abraão, depois de conseguir muitos tesouros, “deu ao sacerdote Melquisedeque o DÍZIMO DE TUDO” (Gênesis 14:20).
O mandamento do dízimo é vigente em nossos dias, pois os que viveram antes da lei de Moisés ser dada já davam o dízimo (Gênesis 14: 20; Gênesis 28: 22). Além disso, o dízimo foi confirmado (Mateus 23: 23) e prescrito no Novo testamento (Hebreus 7: 8).
A Bíblia usa uma linguagem moral universal quando fala do dízimo, pois atribui ao que não dá dízimos nem ofertas (possíveis e necessárias) o pecado de roubo e atribui o cinismo ao que se faz de desentendido dessa obrigação:
“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas” (Malaquias 3: 8).
Jesus disse:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, FAZER ESSAS COISAS E NÃO OMITIR AQUELAS” (Mateus 23: 23).
Jesus mostra que o dízimo não é o assunto mais importante da lei, mas mostra que fazer o mais importante não exclui o menos importante (DEVEIS, PORÉM, FAZER ESSAS COISAS E NÃO OMITIR AQUELAS). Quem não fizer o menos importante como fará o mais importante!
No Novo Testamento, Jesus rompe com o sábado e Paulo rompe com a circuncisão, mas não vemos nenhuma ruptura com o dízimo. O que vemos é Jesus elogiando uma mulher viúva que depositou no altar tudo o que tinha, até mesmo o seu sustento!
Pastor Glauco Barreira M. Filho (03.07.2009)
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