Embora nós acreditemos que os batistas gerais, sucessores dos anabatistas, tiveram continuidade dos apóstolos aos nossos dias e, provavelmente, seus ministros tiveram ordenação que remonta em sucessão aos apóstolos, nós não acreditamos que a igreja verdadeira seja identificada pela origem da ordenação de seus ministros.
O catolicismo romano apregoa que a igreja papal é a verdadeira porque seus bispos gozam de sucessão apostólica, isto é, foram ordenados por pessoas que tiveram linha de continuidade até a imposição de mãos dos apóstolos. Com esse ensino, o papa aprisiona muitas consciências, pois a igreja romana é tida por verdadeira por uma causa formal que independe de seu conteúdo material.
Para o catolicismo, a igreja “ortodoxa” e um certo ramo da igreja anglicana, não importam os pecados históricos da igreja nem a doutrina incompatível com a Bíblia, elas continuarão a ter a pretensão de ser a igreja verdadeira.
O que faz uma igreja visível ser verdadeira é a harmonização de seu ensino e prática com as Sagradas Escrituras e o que constitui o corpo místico de Cristo (igreja universal invisível) é a presença de Cristo nos crentes.
Acerca do sentido amplo de igreja, John Locke disse:
“Alguns talvez possam objetar que não se pode dizer que uma sociedade seja uma igreja a menos que possua um bispo ou um presbítero, com uma autoridade legal derivada e continuada até hoje por uma sucessão ininterrupta dos próprios apóstolos.
Eu respondo a isso: Em primeiro lugar, peço que me mostrem o edital pelo qual Cristo impôs essa lei a sua igreja. E não quero que me considerem impertinente se em uma coisa desta importância eu requeira que os termos desse edital sejam muito expressos e positivos; pois a promessa que Ele nos fez (Mt. 18:20), de que onde dois ou três se reunirem em seu nome, Ele estará entre eles, parece implicar no contrário. Se uma tal reunião carece de algo necessário a uma verdadeira igreja, peço-lhes que levem isso em conta. Estou certo de que se nela nada falta para a salvação das almas, isso basta ao nosso propósito.”
Pr. Glauco Barreira M. Filho (24.02.2010)
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