Os menonitas são descendentes doutrinários dos anabatistas holandeses do século XVI. Em alguns pontos, os menonitas acrescentaram certas tradições às crenças históricas dos anabatistas. Em temas decisivos, porém, eles continuaram fiéis à herança anabatista. Eles tiveram o grande cuidado de preservar e guardar muitos documentos importantes dos anabatistas ao longo dos séculos.
Em 21 de abril de 1632, os menonitas elaboraram DEZOITO ARTIGOS DE FÉ em Dortrecht. Nessa declaração de fé, eles sintetizaram a visão anabatista acerca da ordenação de ministros.
Para os anabatistas, os apóstolos preparam os primeiros pastores que passaram a preparar outros. Embora a ordenação dos ministros não acontecesse sem a aprovação congregacional da igreja, o Presbitério era o grande responsável pela indicação e formação dos pastores. O ponto nove dos DEZOITO ARTIGOS de 1632 afirma:
“Os apóstolos, como seguidores fiéis de Cristo, e líderes da igreja, foram DILIGENTES nas orações e súplicas a Deus, na ELEIÇÃO de bispos, pastores e líderes, para cada cidade, lugar ou igreja, ORDENANDO tais irmãos para este fim, que zelariam de si próprios e da doutrina e do rebanho, sendo eles firmes na fé, piedosos em suas vidas e modo de agir, tendo boa fama fora e dentro da igreja; para serem exemplos e luzes em toda piedade e boas obras, sendo dignos na ministração das ordenanças do Senhor – o batismo e a Santa Ceia – e que em todo lugar (onde se encontravam) ESCOLHESSEM homens fiéis que também seriam aptos para ensinar os outros, como presbíteros, ORDENANDO-OS pela imposição de mãos no nome do Senhor, e suprir as necessidades da igreja, de acordo com as suas capacidades; para que, como servos fiéis, possam ser bons mordomos do talento do Senhor, lucrando com ele, e, consequentemente, salvando-se a si mesmos e àqueles que os ouvirem.”
Pelo que se pode perceber do texto acima, os pastores seriam responsáveis pelo batismo e pela Ceia do Senhor. A administração do batismo e da Ceia do Senhor sem a supervisão de um ministro não é válida.
O Presbitério também seria responsável pela escolha (com a aprovação da igreja) dos diáconos:
“Eles (os pastores) devem zelar de tudo isto com diligência, especialmente entre aqueles que são da sua responsabilidade, para que todos os lugares sejam providos de diáconos (para cuidar dos pobres), para receber as contribuições e ofertas e reparti-las fielmente com toda probidade aos pobres e santos necessitados.”
Para os anabatistas, os pastores são supervisores e mestres da palavra, enquanto “as viúvas honradas de idade... junto com os diáconos devem fazer visitas, consolar, e cuidar dos pobres, fracos, doentes, enlutados e necessitados bem como as viúvas e órfãos, e auxiliar nas carências e necessidades da igreja da melhor forma possível”.
Pastor Glauco Barreira M. Filho (24.11.2009)
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