"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?" (Mateus 6:25)
Jesus no Sermão do Monte trata da ética que regeria a Igreja durante seu período dispensacional. Muitas instruções são dadas de maneira que o seu povo seja distinto dos demais que não conhecem a Deus. Dentre as orientações citadas está aquela que diz respeito a confiança em Deus como provedor dos seus filhos. Podemos ver isto no trecho citado em Mateus 6.31,32, que diz:
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;"
Jesus quis ensinar que os filhos de Deus não devem andar ansiosos e inquietos pelos bens que necessitam como faziam os gentios, que buscavam todas estas coisas (alimento, água e vestuário). E buscavam de maneira que não conheciam a paz divina. Esse tipo de pessoa, tinha seu coração nos tesouros acumulados e serviam a Mamom (Mt 6.21,24). A incredulidade tem esse poder de nos tornar escravos da avareza. É a fé em Deus como nosso provedor que quebra esse jugo e nos faz livres dessa forma de idolatria.
Jesus segue apelando para o relacionamento familiar que temos com o Pai fazendo um paralelo com o relacionamento criacional entre ele e as suas criaturas (os pássaros e os lírios). Dizendo:
"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?"(Mateus 6:26)
Notemos que Jesus responsabiliza a Deus como aquele que provê para os pássaros que nem sequer trabalham, e se Ele faz assim diariamente para com essas criaturas quanto mais conosco que valemos muito mais que elas. Ou seja, se Deus não deixa faltar para os pássaros, vai por acaso deixar faltar para os seus próprios filhos? Se isso não fosse o bastante Jesus vai seguir agora argumentando sobre o vestuário dos lírios, que não trabalhavam e nem costuravam as suas vestimentas e que hoje existem, e amanhã são lançados no forno.
"E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?" (Mateus 6:28-30)
Mas apesar disso, os vestia de maneira que nem mesmo Salomão chegou a se vestir. E a indagação mais uma vez surgia: Quanto mais não vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? (Mt 6.30).
Jesus nesse momento traz a tona o real problema do homem, que não era a possibilidade do Pai deixar seus filhos sem provisão, mas sim, da falta de fé, fé essa que como uma mão estendida em direção a Deus, sabe que receberá o que pede e até mesmo muito mais além daquilo que pedimos ou pensamos (Ef 3.20).
Então Jesus encerra o capítulo ordenando a busca primeira do Reino de Deus (servir no avanço do seu Reino nessa terra) e da sua justiça (andar em retidão como fruto de uma vida cheia de fé) e juntamente com essa ordem, Jesus dá uma promessa, todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33). Veja que não se segue uma aposta de Deus a respeito do suprimento de nossas necessidades, mas uma certeza real, para que os filhos coloquem seu coração em Deus e desfrutem da sua paz.
É tempo de sermos atrevidos na fé. Ousarmos a crer. E só assim veremos a promessa sendo derramada sobre nossa vida. Pois como disse o apóstolo Paulo:
"O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." (Filipenses 4:19)
No amor e na paz do Espírito,
Warley Frota
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