“Isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” (I Cor. 5: 10,11)
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.” (Romanos 16: 17)
A Bíblia nos ensina a amar o próximo, mas parece dura quando se trata de nos ensinar a lidar com alguém que, dizendo-se crente, fica perturbando a igreja com os seus pecados. É bom dizer que a Bíblia não está falando dos que se arrependeram, nem também daquele que resolveu sair voluntariamente da igreja para continuar em seus pecados. Antes, o mandamento contido em I Cor. 5: 10 e 11 se refere às pessoas que continuam em seus pecados, mas querem ser tidas como irmãos, e, assim, continuam na igreja para ofendê-la.
A razões da palavra de Paulo são as seguintes:
1) Levar a pessoa a questionar se é crente ou não. Se tratarmos um falso crente como crente, ele nunca se arrependerá.
2) No caso de a pessoa ser verdadeiramente crente, levá-la ao arrependimento:
“Seja entregue a Satanás para a destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (I Cor. 5:5).
O verdadeiro crente se arrependerá e será acolhido (II Cor. 2: 6-10). Arrependimento, todavia, é confissão do pecado e produção de frutos dignos de arrependimento (Mateus 3: 6-8).
3) A providência dita por Paulo também objetiva preservar a igreja do mau exemplo e da contaminação:
“...Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento.” (I Cor. 5: 6, 7).
Paulo não está ensinando contra a norma do amor, mas está mostrando que o amor não é um sentimento piegas, mas é reflexivo e prudente. Associar-se com o que, dizendo-se irmão, permanece no erro é impedir o seu arrependimento, é reforça-lo no erro. Ao mesmo tempo, é falta de amor a igreja, pois é manter dentro dela a turbulência. Por outro lado, é falta de amor a Deus, pois é desobediência à sua palavra. O que se associa ao errado não é amoroso, mas orgulhoso (I Cor. 5: 6).
Não devemos permitir que o sentimentalismo nos aparte da palavra de Deus. Se fosse Abraão sentimental, não teria levado Isaque para sacrifício. Saul desobedeceu a Deus, não destruindo o povo que Deus mandara destruir, porque foi sentimental. Não devemos amenizar as consequências do pecado sobre a pessoa que peca, mas, sim, exorta-lo a arrependimento.
“O que semear perversidade segará males; e vara da sua indignação falhará” (Provérbios 22: 8)
Para concluir, leiamos as palavras do sábio Salomão:
“Fiéis são as feridas feitas pelo que ama” (Provérbios 27: 6)
Pastor Glauco Barreira M. Filho (25.11.2008)
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