Crédito da imagem: Heberth Ventura
A desvalorização do casamento se manifesta de diversas formas: seja pela banalização dessa instituição, pelo desdém em relação a ela ou pela tentativa de distorcer sua essência original, que é a união entre um homem e uma mulher por meio de um compromisso público e duradouro. Há uma crescente tendência de retratar o casamento como um peso ou uma prisão. Quando essa visão não é possível, busca-se distorcer um dos seus principais propósitos: a celebração do prazer, acompanhada de responsabilidades mútuas.
Essa perspectiva distorcida ignora também a visão bíblica, que valoriza os filhos como bênçãos. Como está escrito em Salmos 127:3: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.” Ter filhos não deve ser visto como um fardo, mas como uma dádiva que nos permite não nos conformarmos com os padrões deste mundo. É fundamental acreditar nas verdades escritas e não se deixar levar pelas aparências externas.
Nossa confiança deve estar em Cristo para todas as áreas da vida, incluindo o casamento e a família. Não devemos depositar nossa segurança no dinheiro ou nas circunstâncias, mas sim no propósito divino que nos guia.
Hoje, muitas pessoas preferem tratar animais como humanos em vez de considerar a ideia de ter filhos. Vivemos uma geração que demonstra receio de assumir responsabilidades, com identidades ainda em formação e incertezas sobre o futuro. Frases como "o mundo está muito ruim para se ter filhos", "quero curtir a vida antes" e "ter filhos é caro" refletem essa mentalidade. No caso das mulheres, ainda há preocupações como "isso pode afetar minha carreira" e "meu corpo não será o mesmo". Essas falas enfatizam que a benção que Deus promete não parece ser vista como algo positivo ou desejável.
Poucos param para refletir sobre a ideia de rejeitar o desejo de ter filhos, enxergando-os como algo negativo. Essa visão leva à normalização do aborto, uma atitude que ultrapassa a rejeição à ordem e à natureza que Deus estabeleceu. Em Gênesis 1:28, somos chamados a multiplicar e a povoar a terra, como se fôssemos os criadores de vida. Essa mentalidade perigosa nos faz assumir um papel que não nos pertence, decidindo quem deve viver e quem deve morrer, desvalorizando a vida humana como se fosse insignificante.
Na verdade, a Bíblia apresenta repetidamente a ideia de que ter filhos é uma bênção. Eles representam prosperidade, alegria e riqueza para o casal. Como mostra os versículos abaixo:
"O Senhor concederá grande prosperidade a vocês, no fruto do seu ventre, nas crias dos seus animais e nas colheitas da sua terra, terra esta que Ele dará a vocês, conforme prometeu aos seus antepassados." (Dt 28.11)
"A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.” (Jo 16:21)
"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta.” (Sl 127:3-5)
Os versículos apresentados não oferecem suporte para encararmos o ato de ter filhos ou o desejo de tê-los como um fardo ou algo negativo. Essa visão é fruto de uma mentalidade pós-moderna, centrada na busca por prazeres imediatos e no desprezo pelos mandamentos de Deus. Movimentos como o Childfree, que promovem a escolha de não ter filhos e defendem a ausência de crianças em espaços públicos, não podem ser aceitos em nossa comunidade cristã, pois sua motivação é essencialmente egoísta.
Jair Ferreira de Almeida Filho
Texto excelente e muito oportuno!