Os dízimos e as ofertas são o caminho bíblico para a manutenção financeira da obra do Senhor na terra. Apesar de alguns dizerem que o dízimo foi instituído pela lei de Moisés, é bom lembrar que Abraão e Jacó deram o dízimo antes de Moisés ter nascido. No caso de Abraão, consta que ele deu o dízimo a Melquisedeque. O Novo Testamento diz que o sacerdócio evangélico de Cristo é da ordem de Melquisedeque.
Nos evangelhos, Jesus diz aos fariseus que eles devem ter as virtudes do coração, mas não devem deixar de dar o dízimo (Mateus 23: 23). O Novo Testamento parece ensinar o dízimo como um limite mínimo, não como o padrão ideal. Isso significa que não devemos dar o dízimo e pronto, mas, sim, mais do que o dízimo, pelo menos o dízimo. Se homens avarentos do Velho Testamento deram dízimos e ofertas, nós, de coração renovado, devemos dar muito mais. O exemplo da viúva pobre que deu tudo o que tinha retrata bem isso.
A grande questão, porém, é essa: Devemos dar o dízimo para uma igreja infiel a Palavra? Devemos dar o dízimo para um corpo eclesiástico que o administra para o seu prazer mundano? Devemos dar o dízimo para a manutenção de pastores avarentos?
Gostaria de responder as perguntas do parágrafo anterior com uma analogia. Quando uma jovem quer se casar e me procura para ouvir conselho, eu sempre pergunto se o seu pretendente é o homem a quem ela quer se submeter pelo resto da vida. Isso porque a Bíblia diz que a esposa deve submissão e reverência ao seu esposo. A minha pergunta tem o objetivo de sondar se o pretendente tem qualidades que farão dessa obrigação feminina um prazer. De semelhante modo, eu pergunto a cada crente: Você se congrega na igreja onde tem prazer de dar o dízimo (tendo em vista o uso que dele se faz)?
Obviamente, a pergunta acima vale para um crente genuíno e espiritual, pois, se for um falso crente, o seu prazer será o entregar o dízimo numa igreja que reverta o dinheiro em diversão.
Hoje, tem sido muito comum os falsos pastores enganarem o povo. Eles simplesmente fazem da igreja um clube. Ao mesmo tempo em que se completam financeiramente sem prestar ao povo o genuíno serviço espiritual, eles promovem entretenimentos diários na igreja que deixam o povo entorpecido moral e espiritualmente. A igreja vira um buffet, uma agência de turismo... Tudo, menos igreja!
Quando um pastor quer pregar a palavra seriamente, as pessoas reclamam de tudo, pois querem diversão. Para elas, dar o dízimo para a legítima obra de Deus é um fardo. Enquanto isso, numa igreja liberal, as pessoas dão dízimos e grandes ofertas, pois isso se reverte para sua carnalidade em forma de entretenimento.
Para terminar esse artigo, eu gostaria de dizer que não sou contra o lazer. Creio, porém, que isso deve acontecer na nossa convivência diária como irmãos, com a nossa família e com nossos amigos. Há “crentes” que estão tão sobrecarregados com programações de entretenimento da “igreja” que não têm tempo para visitar ou sair com os familiares. A “igreja” passa a ser vista como algo que nos distancia da família. As pessoas já não têm mais passeios espontâneos, mas só os que são institucionalizados pela “igreja”. Os pais não têm mais tempo para os filhos e os filhos para os pais, pois todos estão sobrecarregados de entretenimento na igreja. A “igreja” vira a mãe de nossos filhos. Os maridos e mulheres já não saem mais sós, mas só com os casais da igreja. Não há mais intimidade nem individualidade. O coletivismo toma conta de tudo. A contemplação e o aprofundamento espiritual são derrotados pelo ativismo. Que descalabro! Isso não é igreja em sentido bíblico, mas, sim, uma seita perigosa!
Pastor Glauco Barreira M. Filho (24.06.2010)
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