Deve-se pagar o dízimo ?

Crédito da imagem: Heberth Ventura

“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gn. 14:20)

A partir do texto bíblico acima, podemos apontar dois argumentos pelos quais podemos afirmar que dizimar é bíblico e atual:

1- Dar o dízimo é uma demonstração de gratidão. Temos em Abraão essa atitude que reconheceu que a vitória contra os quatro reinos veio da parte do SENHOR, e não de suas habilidades na guerra. Não havia, pois, nenhuma lei que lhe impusesse esse dever, mas apenas um coração grato ao Deus da providência.

Nesse caso, o escritor aos Hebreus, ao demonstrar o tipo de Cristo que havia em Melquisedeque, revela que até os levitas (que recebiam o dízimo na lei) o pagaram nos lombos de Abraão (Hb. 7:9) quanto mais os crentes da nova aliança, que são filhos de Abraão pela fé (Gl. 3:8, Rm. 4:13), deverão demonstrar sua gratidão a quem lutou e venceu a sua luta, Jesus, que é a realidade da figura de Melquisedeque. Não dizimar é, portanto, admitir que não somos gratos o suficiente a Deus.

2- Dar o dízimo faz parte do conjunto de leis morais. Moisés estipula a devolução desse valor (Lev. 18:26) como regra ao costume que já havia em sua época. Jesus, por sua vez, o ratifica no Novo Testamento (Mt. 23:23). Isso, justamente, para alcançar os que não são gratos pelas bênçãos já recebidas de Deus. Desse modo, o dízimo passou a ser não apenas um privilégio, mas também uma obrigação.

Nesse contexto, podemos acrescentar que Malaquias protesta, solenemente, contra essa atitude negativa de Israel e manda que o povo se arrependa retornando para Deus, mas com um certo cinismo perguntava: "Em que havemos de tornar?" (Ml. 3:7); e a resposta do profeta veio em forma de uma pergunta: "Roubará o homem a Deus?" (Ml. 3:8). Dessa forma, Malaquias os acusa de roubo, ao mesmo tempo, afirma que, por isso, está o povo sendo amaldiçoado (Ml. 3:9). Essa acusação do profeta torna, assim, a sonegação do dízimo um pecado daquela geração e da nossa, pois o roubo é um desvio moral em todas as épocas, mostrando, assim, que o dízimo faz parte da lei moral, e não cerimonial.

Portanto, quando começar o mês em que, geralmente, recebemos nossos salários, ou quando vierem a nós outras remunerações financeiras, devemos ter no coração esse dever: dar o dízimo. Sem ele, não há recurso para o corpo de Cristo avançar nas missões e pagar seus custeios com o lugar em que se reúnem os filhos de Deus. Se não somos capazes de confiar em Deus para devolvê-Lo e ser abençoados por isso, como então viveremos por fé?

Pastor Jander Lira