Crédito: Heberth Ventura
“Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” (Daniel 3: 16-18)
Nos EUA e no mundo de hoje predomina uma forma de pensar e filosofar pragmática. As pessoas não procuram o bem em si, mas o que lhes resulta em bem. Não praticam um ato por julgá-lo intrinsecamente bom, mas por trazer vantajosos efeitos. É abandonada a ética do princípio, defendida pelos heróis, e aceita a ética do resultado, que caracteriza o empresário capitalista.
Em razão do predomínio do pragmatismo, o espírito contemplativo cede ao espírito calculista, o herói desaparece na eclosão dos maquiavélicos. A consciência perde a função e o estratagema ganha ascensão.
Dentro desse contexto, os homens perdem a convicção e a segurança. Quem age, crendo no bem intrínseco de seu ato, age com convicção. Quem, porém, age pelo cálculo dos efeitos de seu ato nunca pode ter certeza da exatidão dos resultados, pois lhe falta a onisciência e não pode manipular todos os acontecimentos.
Os pragmáticos seguem uma frágil verdade e se gloriam de suas dúvidas. Eles consideram sua insegurança uma prova de maturidade. Eles se aborrecem com os que têm segurança e convicção, assim como Nabuconodosor se irou contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Daniel 3: 19). Os pragmáticos consideram fanáticos e fechados os que têm convicção e certeza.
O crente não considera os resultados, mas os deixa com Deus. O que lhe cabe é fazer a vontade revelada de Deus e cumprir o seu dever. Essa é a ética dos heróis, dos protestantes, dos anabatistas, dos verdadeiros cristãos. É a ética de quem tem convicção.
Os verdadeiros pastores não farão o que dá sucesso ou produz números, mas, sim, aquilo que está de acordo com a Palavra de Deus.
Concluo com algumas frases inspiradoras de líderes puritanos:
“Os deveres são nossos, os acontecimentos pertencem ao Senhor.” (SAMUEL RUTHERFORD)
“Nossa tarefa consiste apenas em cuidarmos do dever, que nos pertence, e deixar os acontecimentos a Deus, pois cabem a Ele.” (HUGH PETER)
“A excelência de uma causa não é provada nem pelo sucesso, nem pelo mal, que dela se diga. Insistimos em que nossa causa não seja julgada pelo resultado, mas que o resultado seja julgado pela causa.” (JOHN MILTON)
Pr. Glauco Barreira M. Filho (26.01.2009)
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