Crédito da imagem: Heberth Ventura
Alguns sociólogos da religião, de modo incrivelmente perspicaz, têm discernido coisas na religião cristã de uma forma mais acurada que muitos religiosos professos. É verdade que eles são péssimos intérpretes das crenças e doutrinas evangélicas, mas, em compensação, são rigorosos observadores da prática religiosa.
Max Weber, ao diferenciar os conceitos de carisma e instituição, explica muito bem a diferença entre uma igreja avivada e uma igreja institucionalizada.
O maior inimigo do avivamento no plano individual é a frieza e a comodidade dos crentes. No plano coletivo, porém, o grande inimigo é a institucionalização e a burocratização, ou seja, a petrificação daquilo que antes era vivo.
Usando as categorias de Weber, o avivamento é marcado pelo “carisma”, uma irrupção espontânea de vitalidade espiritual (o que nós chamamos de “unção”). Quando, porém, o avivamento passa, o carisma é substituído pela função. No avivamento, atuam aqueles que Weber chamou de “profetas”. Quando o avivamento passa, surgem os sacerdotes. No avivamento, formam-se comunidades. Quando o avivamento passa, surgem as instituições.
O que caracteriza a comunidade é a espontaneidade, a ausência de carreirismo religioso e a falta de preocupação com cargos formais. Na instituição, surgem os programas e as estratégias, a disputa por cargos e poder, bem como o orgulho das posições.
Weber nos noticia que o destino dos avivamentos é a sua própria extinção, sendo inevitável a posterior institucionalização. Do ponto de vista histórico, sua constatação é verdadeira, mas esse não é o plano de Deus para nós. Deus deseja nos renovar continuamente, manter acesa a chama em nosso coração. Nós é que precisamos cultivar o estado receptivo, buscar a Deus com fervor e remover os impedimentos à ação de Deus.
Teremos agora um grande retiro na “Semana Santa”. Creio que Deus vai mover as águas. Devemos manter o clima de expectativa, abrir o coração e deixar os impedimentos para trás. Creio que veremos acontecer grandes coisas da parte de Deus.
Pr. Glauco Barreira M. Filho (03.04.2009)
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