A preservação da igreja verdadeira

Crédito da imagem: Heberth Ventura

A história da igreja cristã ocidental na idade média é marcada pela perseguição da igreja católica romana aos anabatistas.

O catolicismo se formou como resultado da aproximação política da igreja de Roma com o império a partir do século IV. Desse momento em diante, o bispo de Roma foi reivindicando a supremacia sobre as outras igrejas, o que foi facilitado pelo prestígio decorrente de a sua igreja estar localizada na sede do império. Durante a idade média, o papismo passou a gozar de hegemonia, o que acarretou em severa perseguição aos anabatistas, ou seja, aos cristãos que preferiram se manter sob a simplicidade apostólica e não se submeter a nenhum senhorio absoluto que não o de Cristo.

No lado oriental, não houve submissão da igreja ortodoxa ao papa. A igreja católica ortodoxa (oriental), porém, também estava comprometida com a política do império e se desviou da verdade em muitos pontos. Na Grécia, porém, muitas congregações se mantiveram fiéis aos padrões apostólicos. Um bom exemplo de fidelidade foi a igreja em Tessalônica.

Em 1540, os turcos capturaram pessoas da Moravia e os venderam como escravos em Tessalônica. Estes escravos começaram a conhecer melhor o povo da terra de seu cativeiro e notaram que os cristãos de Tessalônica viviam e acreditavam na mesma doutrina dos anabatistas de sua terra natal, Moravia. Quando os cristãos tessalonicenses ficaram sabendo, resolveram enviar três irmãos para investigar a Moravia alemã.

A primeira delegação foi para Nickelsburgo e descreveram para o pároco o povo que procuravam. O pároco os acompanhou até uma comunidade huterita, mas os irmãos de tessalônica não concordaram com o comunismo de bens que os huteritas praticavam. Também consideraram injusta a prática dos huteritas de não devolverem os bens daqueles que se desviavam das suas congregações. Os tessalonicenses choraram ao pensar que sua jornada poderia ter sido em vão. O padre, porém, os levou a uma comunidade anabatista mais fiel. Lá, eles se alegraram, pois haviam encontrado um povo com o qual concordavam em todos os pontos doutrinários. Na oportunidade, celebraram a Ceia do Senhor juntos.

Os irmãos de Tessalônica declararam que a fé que praticavam era a mesma dos apóstolos. As cartas que o apóstolo Paulo havia escrito a eles do próprio punho haviam sido conservadas em boas condições. Eles informaram que ainda havia mais de trinta congregações fiéis nesta mesma região.

Pastor Glauco Barreira M. Filho (19.11.2009)