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Foto do escritorPastor Glauco Barreira M. Filho

A Igreja e o Estado


Pintura do ditador romano Júlio César



“Disse-lhes, então: Daí, pois a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Lucas 20: 25).



O versículo acima foi sempre o grande argumento dos batistas para sustentar a separação entre a igreja e o Estado. Para os batistas, essa separação representa mais do que a não existência de Estados confessionais ou igrejas estatais.


Em Lucas 20:25 está claro que César (o Estado) não deve receber o que é de Deus. Disso, os batistas concluíram que o Estado não deveria cobrar tributos da igreja, pois o dinheiro da igreja resulta de ofertas feitas a Deus. O Estado moderno se convenceu do argumento batista, pois as igrejas ocidentais gozam de imunidade tributária. O versículo bíblico, entretanto, também prova que Deus (a igreja) não deve receber de César (do Estado). Por isso, os batistas sempre entenderam que a igreja não deveria receber doações ou subvenções do Estado.


A separação entre igreja e Estado não significa apenas que a igreja não deva se comprometer com uma facção política (partido político) ou com um determinado político, pois, quando os batistas desenvolveram a doutrina bíblica da separação, a maior parte dos Estados, sendo monárquicos, não tinham partidos políticos. A questão aqui é a relação entre igreja e a instituição estatal.


Nós somos contra a igreja receber doações do Estado ou alguma forma qualquer de proteção especial. Não há nada de errado, porém, em solicitarmos, por exemplo, o uso temporário de um colégio público para fazer um retiro espiritual. Nesse caso, não estaríamos recebendo doação nenhuma. Quanto ao fato de o colégio ser espaço público, isso não é problema, pois as praças, as estradas, o subsolo sobre o qual estão edificadas nossas casas são também espaços públicos. Estamos a toda hora em espaços públicos, não podemos evitar.


O que a igreja não deve fazer é solicitar algum recurso ativo do Estado, seja uma doação (bem) ou serviço especial, como um traslado de ônibus da prefeitura ou um pagamento de hotel para um pregador.


Igrejas que no passado eram comprometidas com o Estado (luteranas, presbiterianas, etc) agora defendem a separação entre igreja e Estado, mas não com a radicalidade dos batistas. Os seus velhos costumes não foram totalmente abolidos. Algumas igrejas batistas, por sua vez, dada a proximidade com essas outras igrejas, têm flexibilizado suas convicções. A Assembléia de Deus, de outro lado, tem sido a mais contaminada pela proximidade com o Estado e com os partidos políticos, perdendo completamente suas características iniciais. É necessário que, com urgência, as igrejas se lembrem de sua real vocação!





Pastor Glauco Barreira M. Filho (23.12.2008)

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