Crédito da imagem: Heberth Ventura
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (II Cor. 11:2)
Uma das coisas pelas quais a nossa igreja mais zela é a pureza doutrinária. Pretendemos defender e viver a sã doutrina até mesmo (e principalmente) quando os nossos interesses estiverem em tensão com ela. O nome “Moriá” em nossa igreja foi escolhido com um significado: ENTREGA TOTAL. Foi no monte de Moriá que Abraão, em obediência a Deus, levou o seu filho a quem amava para sacrificar a Deus. O sacrifício físico não aconteceu, pois o anjo de Deus impediu Abraão de realizá-lo, mas o sacrifício da renúncia aconteceu no coração em grau máximo.
É lamentável ouvir pessoas na igreja dizerem que concordam com todos os pontos da doutrina com exceção de um, sendo esse ponto “controverso” exatamente aquele no qual os interesses da pessoa estão ameaçados. O jovem rico disse que guardava toda a lei, mas Jesus, conhecendo a única coisa que o engodava, disse-lhe que lhe faltava UMA ÚNICA COISA: A renúncia de seus bens. Não tem valor a obediência se ela não implica em renúncia, pois é quando os nossos interesses parecem conflitar-se com o que Deus exige que temos a oportunidade de saber se amamos a Deus.
Eu acredito que todos nós, ao longo da vida que se professa cristã, teremos, como Abraão teve, uma grande prova. Nela, a vontade de Deus estará em tensão com a nossa vontade própria. Todos passaremos pelo Getsêmane, todos seremos chamados a deixar as redes.
Muitas pessoas conhecem bem a sã doutrina, mas alegam não estarem convencidas por ela quando lhes interessa desobedecer a Deus. Um outro grupo, todavia, sob a empolgação de um avivamento espiritual, se apressa por abraçar a doutrina sem buscar o fundamento que lhe dará uma convicção profunda no futuro. Esses são os que confundem o consolo da verdade com a verdade que consola. Em relação a esses, é preciso advertir que devem ser criteriosos, isto é, devem ler a Bíblia, conhecer os argumentos e fundamentarem a convicção.
O poeta puritano John Milton disse no Areopagítica:
“Um homem pode ser um herético na verdade; e se acredita nas coisas apenas porque o pastor o afirma, ou a assembléia assim o determina, sem conhecer outra razão, embora a sua crença seja verdadeira, a própria verdade que sustenta torna-se a sua heresia.”
Coleridge disse:
“Quem começa por amar mais o cristianismo do que a verdade, começará a amar mais a sua própria seita ou igreja do que o cristianismo, e acabará por se amar a si próprio mais do que a tudo.”
A nossa época está marcada pela superficialidade e o cinismo. Os superficiais são os que se recusam a pensar com profundidade, nunca possuindo firme convicção. Os cínicos são os que sabem o que é certo no íntimo, mas se fazem de ignorantes e duvidosos para se esquivarem de culpa por seus pecados. Só influenciaremos essa geração se guardarmos a sã doutrina com convicção e firmeza, deixando para trás a superficialidade e o cinismo.
Pastor Glauco Barreira M. Filho
Muitos dizem-se convictos mas no dia da prova falham. E os que se dizem abraçar para um batismo imaturo, e logo deixam. 😔
A convicção é muito importante para vivermos uma vida consolada pela verdade que não muda.
"Não tem valor a obediência se ela não implica em renúncia, pois é quando os nossos interesses parecem conflitar-se com o que Deus exige que temos a oportunidade de saber se amamos a Deus". Que citação maravilhosa.