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Foto do escritorPastor Glauco Barreira M. Filho

A escolha de pastores


Pastor e ovelhas, 1882 por Hugh Cameron Wilson



Acerca da escolha de presbíteros, a Bíblia registra o seguinte:



“havendo-lhes por comum consentimento eleito presbíteros em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (Atos 14: 23).



Os versículos anteriores ao supracitado falavam de ações de Paulo e Barnabé. De acordo com Atos 14: 23 (Versão Almeida Revista e Corrigida), foram Paulo e Barnabé que elegeram os presbíteros (“havendo-lhes... eleito”), assim como foram eles que oraram com jejuns, bem como encomendaram a igreja e os seus novos obreiros ao Senhor em quem haviam crido. A observação a ser feita é apenas que a igreja consentiu com a escolha (“por comum consentimento”). Se colocássemos a frase na ordem inversa, o sentido ficaria mais claro: “havendo-lhes eleito presbíteros por comum consentimento”. Note que Paulo e Barnabé escolheram os presbíteros e a igreja consentiu.


O sentido de Atos 14: 23 fica mais claro se consultarmos a Nova Versão Internacional da Bíblia (NVI), versão ortodoxa mundialmente reconhecida. A NVI é baseada nas melhores pesquisas já feitas nos textos originais. Vejamos como o texto de Atos 14: 23 está escrito na NVI:



“Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado” (Atos 14: 23 – NVI).



A nota de rodapé desse versículo na NVI observa que o termo grego traduzido por “designaram-lhes” pode também ser traduzido para “ordenaram-lhes” ou “elegeram” (isto é, Paulo e Barnabé elegeram).


A Tradução Ecumênica da Bíblia feita por famosos eruditos protestantes, católicos e judeus traz assim:



“Em cada igreja eles designaram anciãos, fizeram orações acompanhadas de jejum e os confiaram ao Senhor, no qual tinham posto sua fé” (Atos 14: 23 – TEB).



Todas essas traduções se harmonizam perfeitamente com o que Paulo diz a Tito:



“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tito 1: 5).



Embora a igreja deva consentir, é o presbitério quem ordena ao ministério pela imposição de mãos:



“Por este motivo, te lembro que despertes o dom, que existe em ti pela imposição das minhas mãos.” (II Timóteo 1:6)



“Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (I Timóteo 4: 14).



Paulo mostra que a imposição de mãos do presbitério é uma decisão do mesmo e não algo que a igreja lhe possa impor, pois dá a Timóteo o seguinte conselho:



“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos....” (II Timóteo 5: 22)



A Bíblia mostra que a eleição de presbíteros transcorria tranquilamente na igreja primitiva. Isso porque as pessoas, quando não tinham objeções morais ou vocacionais ao candidato, não se opunham à indicação feita pelo presbitério.


A igreja não tem governo “democrático”, mas teocrático (embora envolva o consentimento como confirmação da vontade divina). Deus é quem deve governar o seu povo. Assim, alguém sente algo da parte de Deus e isso é confirmado no coração dos outros, ou, então, um sente de Deus algo e os outros confiam que isso é verdade em razão da autoridade espiritual e moral que ele goza. Em particular, uma igreja deve confiar em seus pastores se não há razões objetivas para discordar. Não apenas os crentes não devem desconfiar de seus pastores, mas também devem confiar. Se não puderem, é porque estão na igreja errada para eles. Não devemos discordar para afirmar “os nossos direitos”, pois não estamos em um parlamento, mas, sim, em solo sagrado!




Pastor Glauco Barreira M. Filho (03.12.2008)

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