Crédito da imagem: Warley Frota
Algumas pessoas ficam surpresas com a veemência de nossa pregação e com a convicção com que expomos a nossa fé. Num mundo de inconstância moral e incertezas cognitivas, isso pode parecer fanático ou esquisito.
Eu não gostaria aqui de fazer uma apologia da nossa perspectiva nesses dias sombrios, mas, sim, de mostrar como historicamente essa é a forma de ser dos anabatistas em todas as épocas. Para tanto, escolhi como referencial a obra “O Novo Nascimento” de Menno Simons, um dos mais conhecidos líderes anabatistas do século XVI.
Em relação ao papado, Menno Simons diz:
“Aquele anticristo abominável, corruptor e destruidor novamente está ocupando o seu lugar. Com ele veio o batismo de infantes, a falsa Ceia do Senhor, missas matinais e vespertinas com falsas abluções, confissões, proibições, e assim por diante.”
Sobre os padres comenta:
“Assim fazem todos os ministros carnais do anticristo, falsos e servos do próprio ventre que tem ensinado e ainda ensinam uma idolatria vergonhosa, a qual chamam de uma santa religião.”
Sobre a diferença entre os pastores anabatistas e os pastores do protestantismo convencional, escreveu em sua “Confissão”:
“Enquanto eles são saudados como doutores, senhores e mestres por todos, nós temos que ouvir que somos pastores anabatistas em lugares isolados, enganadores e hereges.”
Não é à toa que Simons foi perseguido por todos os flancos:
“...pois estou sendo caluniado por pregadores de todos os lados” (“Confissão”)
Acerca dos anabatistas, Simons disse em “O Novo Nascimento”:
“Eles têm a verdadeira doutrina, a verdadeira fé, o verdadeiro amor; eles fazem uso do verdadeiro batismo, a verdadeira Ceia do Senhor e a verdadeira excomunhão daqueles que ensinam e vivem maldosamente, assim como é ensinado e mostrado em muitos lugares nas Escrituras (como em Mateus 7: 15-16; 16:6; Romanos 16: 17-18: I Cor. 4: 3-5: Filipenses 3; 18-19: II Tessalonicenses 3; 6: I Timóteo 6: 3-5: II Timóteo 2: 26-28: 3: 2-7: Tito 3: 10-11: II João 1: 7-11), que dão direção para uma conduta e vida como Deus mandou através de seu amado Filho, Cristo Jesus, nosso Senhor. Com os outros, os que seguem a inclinação da carne, eles não andam mais.”
Sobre a doutrina cristã que apresenta em seu livro, diz Simons:
“Meus caríssimos, não creiam em mim, mas creiam na Palavra de Deus... Se alguém lhes ensinar alguma coisa contrária àquilo que nós temos mostrado das Sagradas Escrituras, eles lhes enganam e estão colocando almofadas debaixo de seus braços e travesseiros debaixo de suas cabeças.”
No final do livro, conclui:
“Prezado leitor, se você permitir que Cristo Jesus o julgue de acordo com sua santa Palavra, você poderá reconhecer e confessar esta epístola como sendo a verdade.”
Pastor Glauco Barreira M. Filho (27.11.2008)
Que Deus sustente, em todas os tempos, servos fiéis que amam a Verdade!